Sem seguros, influenciadores digitais amargam prejuízos
Perfis nas redes sociais vão além da divulgação de um serviço ou produto, muitos trabalham e faturam com as postagens; Sebrae em Alagoas já realizou oficina do uso da IA nos negócios e até mantém consultoria para empreendedores que usam as redes sociais
Por Lucas França e Valdete Calheiros - Repórteres / Bruno Martins: Revisão / Foto de capa gerada por IA | Redação Tribuna Hoje
Enquanto você dedica alguns minutos do seu tempo à leitura desta reportagem especial, seus dados pessoais e/ou profissionais podem estar sendo copiados e compartilhados por algum hacker.
Se você tiver feito seguro para sua vida cibernética, ótimo! Caso contrário, você pode ver seu número de seguidores cair, sua conta bancária zerar e sua vida digital flopar.
No mercado digital dos influencers, o melhor investimento é fazer um seguro. Contrato real, com cláusulas lidas em cada detalhe e assinadas por um corretor de seguros profissional e cadastrado nacionalmente na Fenacor (Federação Nacional dos Corretores de Seguros Privados e de Resseguros, de Capitalização, de Previdência Privada, das Empresas Corretoras de Seguros e de Resseguros) e em Alagoas ligados ao Sindicato dos Corretores de Seguros e empresas corretoras de seguros (Sincor/AL).
O mercado de seguros se adequa, dia a dia, às mudanças sociais, profissionais, pessoais e às digitais.
Os corretores estão enfrentando todos os desafios no presente de olho no futuro, afinal o futuro já chegou. Fora os hackers, há ainda os obstáculos gerados pela inteligência artificial (IA). Desde o lançamento do ChatGPT em novembro de 2022, a IA entrou definitivamente no vocabulário dos brasileiros. E o mercado de seguros tomou o mesmo caminho.
Afinal, o que é o ChatGPT?
ChatGPT é um programa de computador criado pela empresa OpenAI que entende o que as pessoas dizem e pode responder a perguntas e ajudar com tarefas que envolvem palavras. Ele foi treinado com muitos textos diferentes e pode ser usado em produtos e serviços como assistentes virtuais, atendimento ao cliente e até mesmo redação. O objetivo é fazer com que as conversas entre humanos e computadores sejam mais naturais e úteis.
Em linhas gerais, a IA é um ramo da ciência da computação que se concentra em criar sistemas que podem aprender e realizar tarefas que normalmente exigiriam inteligência humana.
Não há dúvidas de que a sociedade está em direção a uma era movida pela IA. Não há mais como recuar. A IA traz consigo benefícios e armadilhas e para os obstáculos serem minimizados os seguros se apresentam como a melhor solução.
MERCADO DE SEGURO
Mas, qual será o real impacto dessa tecnologia no mercado de seguros? O corretor de seguros Djaildo Almeida explicou que o mercado tem feito uso racional da IA.
“Nos casos de proteção ao patrimônio de um influenciador digital, a inteligência artificial está sendo usada como telemetria para poder identificar a dirigibilidade do cliente', destacou o corretor de seguros Djaildo Almeida.
Conforme Djaildo, o chamado seguro hacker, mais conhecido no mercado como seguro cyber, é uma modalidade de proteção cada vez mais necessária diante do aumento dos crimes digitais que afetam empresas e pessoas físicas.

“É praticamente um seguro personalizado, um seguro que atende, em sua totalidade, à necessidade do cliente. Especialmente, em se tratando de seguro empresarial, o profissional alertou sobre a necessidade de proteção contra, por exemplo, ataques cibernéticos. Em um seguro cyber, há toda uma gama de segurança contra invasão de hackers”, assegurou o corretor, que é graduado em Administração de Empresas com especialização em Marketing, Gestão Empresarial e Mídias Sociais, MBA em Gestão de Risco e Seguros, além de professor da Escola Nacional de Seguros (ENS).
Djaildo Almeida explicou que o seguro oferece cobertura contra ataques de hackers e roubo de dados; vazamento de informações sigilosas; fraudes eletrônicas, como transferências indevidas; responsabilidade civil por danos a terceiros em caso de falhas de segurança; custos com advogados, perícia e gerenciamento de crise e prejuízos decorrentes da paralisação de sistemas.
O valor da apólice varia conforme o faturamento e porte da empresa; o ramo de atividade (bancos, clínicas e e-commerces têm maior risco); o volume de dados sensíveis armazenados; o histórico de incidentes cibernéticos; o limite de cobertura escolhido.
Entre as principais vantagens estão a garantia da continuidade dos negócios após ataques digitais, o suporte jurídico e indenizações, a proteção à reputação e credibilidade da empresa e a tranquilidade a empresários e profissionais que dependem de tecnologia.
'Nos casos de proteção ao patrimônio de um influenciador digital, a inteligência artificial está sendo usada como telemetria para poder identificar a dirigibilidade do cliente', destacou o corretor de seguros Djaildo Almeida.
Influenciadores relatam prejuízos com contas ‘restritas’ de perfis no Instagram
Influenciadores de Goiás e Alagoas têm relatado perdas significativas após terem seus perfis do Instagram suspensos ou restritos sem aviso ou explicação detalhada. Entre eles está Evandro Moreira Duarte Sobrinho, conhecido como Vandim, administrador do perfil humorístico ‘Enquanto Isso em Goiás’. Em 2022, com mais de 550 mil seguidores, ele teve sua conta desativada quatro vezes, totalizando quase 90 dias fora do ar.
“É constrangedor. Um dia você está bem e no outro, mal, com o perfil suspenso sem saber o motivo. Sinto como se minha identidade e meus projetos tivessem sido roubados”, relatou Vandim, que construiu sua marca ao longo de 10 anos.
Situação semelhante ocorreu com a goiana Bruna Garcia, do perfil Cetaloca, e com a alagoana Érica Danielly, influenciadora de Viçosa, que possui 466 mil seguidores. Érica precisou recorrer a uma empresa especializada para recuperar sua conta após tentativa frustrada de um intermediário, conseguindo o acesso em menos de 24 horas.
O jornalista Lucas França também enfrenta dificuldades com seu perfil profissional, suspenso em julho deste ano. “Tentei de todas as formas recuperar a conta, mas os códigos nunca chegavam. O perfil continha meu trabalho, reportagens e feedback dos seguidores. Está sendo muito frustrante”, disse. Lucas ainda busca empresas especializadas para resolver a situação.
Segundo relatou Lucas França, todas as tentativas de reativar o perfil restrito foram insuficientes. “Tentei recuperar por meios convencionais: mudança de senha, envio de código para celular via SMS ou WhatsApp, e-mail, confirmação por vídeo selfie e até através de perfis de seguidores… nada funcionou. Os códigos solicitados nunca chegavam. Sigo sem acesso ao perfil, o que tem me prejudicado bastante, pois nele eu postava meu dia a dia no trabalho, minha rotina profissional, reportagens especiais, prêmios conquistados e bastidores das matérias. Tenho outro perfil pessoal, mas o @lucasfjornalistaoficial era mais profissional, organizado e contava com o feedback dos meus seguidores, com público voltado à comunicação, com mais de dois mil seguidores e mil postagens. No outro, pessoal, eu compartilho apenas humor e meu cotidiano, sem usar para trabalho”, explicou.

Lucas acrescentou que já entrou em contato com empresas especializadas para tentar remover a restrição e recuperar o acesso ao perfil. “Pesquisei algumas opções, mas ainda não fechei contrato, pois tenho receio de cair em golpe. Imagine gastar o que você não tem e perder tudo. Vou tentar, com fé e coragem. O perfil não foi hackeado, apenas restringido, por motivos que nem sei. É muito frustrante. Fico pensando em quem empreende com a conta e ela acaba hackeada ou restrita: é perda financeira e emocional”, finalizou.
Estes são apenas alguns dos usuários que passaram ou ainda passam ‘perrengue’. Há inúmeras pessoas e até empreendedores passando pelo mesmo e sem saber como agir, por isso, como explicou Djaildo, é cada vez mais necessário proteger os perfis, com um seguro que cubra este tipo de situação.
Especialistas apontam que suspensões podem ocorrer por uso de áudio protegido por direitos autorais, crescimento rápido de seguidores ou supostas violações aos termos do Instagram, muitas vezes sem aviso detalhado. A plataforma não oferece suporte adequado para defesa, limitando-se a informar apenas que houve “violação dos termos”.
O advogado Manoel Pereira Machado Neto, que representou Vandim e Bruna em ações contra o Instagram em 2022, afirma que a empresa abusa das leis brasileiras ao desativar contas sem direito de defesa. Segundo ele, a Justiça já concedeu liminares para retorno de perfis, mas a plataforma frequentemente ignora os prazos, acumulando multas. “Estamos pedindo a reativação das contas e indenizações pelos prejuízos, já que as pessoas ficaram sem renda durante a suspensão”, explica.
Atualmente, tramita no Congresso Nacional um projeto de lei que altera o Marco Civil da Internet, proibindo a suspensão de perfis sem notificação prévia e direito de defesa, buscando garantir mais segurança para usuários que dependem das redes sociais para trabalho e renda.
Advogados alertam sobre bloqueios indevidos de contas profissionais em redes sociais
Os advogados da Pereira & Costa Advogados Associados, Sérgey Costa e Bruna Pereira, alertam sobre os impactos que bloqueios indevidos de contas em redes sociais podem causar para profissionais e empresas que dependem dessas plataformas para divulgar seus serviços e manter contato com clientes.
“Hoje em dia, as redes sociais são uma realidade e muitos profissionais as utilizam para divulgar seu trabalho, sejam influencers, jornalistas ou outros profissionais liberais. De repente, a pessoa entra no Instagram ou Facebook e se depara com bloqueios indevidos e uma grande burocracia para recuperar a conta. Nesses casos, a empresa responsável pela plataforma é a Meta, que deve responder pela situação”, explicou Sérgey Costa.
Segundo os advogados, quando não é possível resolver o problema administrativamente, a alternativa é recorrer à Justiça. “É necessário ajuizar uma ação judicial com pedido de liminar para reativação imediata da conta. Além disso, se houver comprovação de prejuízos, é possível solicitar indenização por danos morais e materiais. Já houve diversos casos em que a Meta foi condenada a reativar contas bloqueadas indevidamente, especialmente quando o bloqueio prejudica a atividade comercial do usuário”, afirmou Bruna Pereira.

Eles ressaltam que boa parte dos bloqueios ocorre devido a sistemas automatizados de moderação que funcionam sem revisão humana adequada, gerando erros frequentes. “Mesmo após uma decisão judicial determinando o restabelecimento da conta, a Meta pode não cumprir a ordem, o que pode acarretar multas elevadas e outras penalidades para a empresa”, completou Sérgey Costa.
A dificuldade de contato direto com a plataforma é outro ponto crítico. “Muitos usuários enfrentam problemas para obter suporte eficaz. A ausência de um canal humano ágil torna ainda mais complicado resolver rapidamente essas situações, especialmente para quem depende da conta para trabalhar. Por isso, contar com um advogado especializado em direito digital é essencial para entrar com ação judicial, reativar a conta e buscar indenização pelos prejuízos”, concluiu Bruna Pereira.
Para influenciadores, segurança e privacidade são fundamentais
A IA tem se tornado uma parte integral na vida das pessoas, com aplicações que vão desde assistentes virtuais nos smartphones até sistemas de reconhecimento facial e veículos autônomos. À medida que a IA avança e se torna mais onipresente, a questão da segurança e, em particular, da privacidade, surge como uma preocupação para muitas pessoas.
É o caso do casal de influenciadores alagoanos Endy Mesquita e Gustavo Moura, o Guga Show. Juntos, somados também aos seus perfis profissionais, eles contam com 270 mil seguidores. Nas redes sociais, expõem fotos de experiências pessoais em alguns países mundo afora, viagens nacionais e rotinas de trabalho. Ambos garantem que o fazem com consciência e cautela.
Endy Mesquita é designer de joias e proprietária de um ateliê que leva seu nome. Gustavo Moura é jornalista e músico. A dupla, que divide a vida amorosa e a sociedade profissional, fez questão de afirmar que nunca aceita propostas que ponham em dúvida a credibilidade do nome de ambos.
“A gente toma todas as precauções necessárias. Temos toda cautela para não deixarmos espaço para usarem nossos perfis, nossa imagem de forma negativa”, assegurou Gustavo Moura.
Apesar de toda cautela pessoal e profissional, o casal já presenciou amigos passarem por algum tipo de problema causado pela tecnologia. Endy Mesquita recordou que, em recente visita à casa de uma amiga, todos foram surpreendidos por um telefonema que se utilizava de voz de IA para simular a voz da filha pequena da amiga que estaria, segundo a ligação, sendo vítima de um sequestro.

“Que, para dar um susto inicial, estava fora da residência, na casa de uma amiguinha”, recordou. Felizmente, era um trote. A influenciadora contou que é preciso desconfiar de tudo.
“Já alertamos nossa família de que se receberem alguma ligação de alguém pedindo dinheiro, nos procurem antes”, salientou ela.
A influenciadora lembrou que são várias as ferramentas para proteger as contas, tanto do Instagram, como Facebook, YouTube e salientou que tem muita gente que também lida com essa parte de segurança na internet, que eles ensinam coisas que são bacanas de fazer, o que fazer, o que não fazer.
“Na verdade, já tentaram clonar nossa linha para pegar as nossas contas. E graças a Deus, a gente foi bem rápido, conseguiu reverter. Foi da própria operadora, por incrível que pareça. Todo mundo está muito vulnerável. Precisamos lançar mão das ferramentas para nos protegermos. Acredito que aos pouquinhos as pessoas vão tomando mais cuidado, tendo mais conhecimento”.
O casal aposta no fato deles não acessarem páginas de jogos online, jogos de azar, o que já traz mais proteção. “Temos uma conduta positiva na internet”, concluiu.
De olho na transformação digital de seus processos e na conquista de mais negócios, o mercado de seguros já está utilizando a IA para realizar inúmeras tarefas do seu cotidiano.
Clientes cada vez mais habituados ao mundo digital esperam que os serviços e produtos oferecidos pela indústria sigam nessa mesma linha de inovação. Para atender a essa expectativa, o setor de seguros tornou-se o que mais investe em IA. Diante da crescente demanda, os seguradores estão mais engajados em implementar a IA em suas cadeias de seguros.
Cuidados necessários
Administrador de empresas pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, Flávio Sá alertou para a necessidade de atualização periódica de senhas. “Revisar as configurações de privacidade e certificar-se de que seu perfil não tem acesso público a depender das informações que irá compartilhar com a rede. Ter cuidado com informações pessoais e ligações. Tem sido muito comum golpes em pessoas se passando por operadores de bancos, empresas de telemarketing, buscando informações pessoais para serem usadas em golpes e fraudes”, são outros cuidados necessários, detalhou Flávio Sá, que possui 18 anos de atuação em Seguros de Linhas Financeiras.
De acordo com sua avaliação, o perfil dos influenciadores digitais tem sido cada vez mais alvo de ataques. Os hackers, detalhou, têm buscado atacar estes perfis para cometer fraudes, muitas delas relacionadas às transferências via Pix.
“A IA tem grande potencial para apoiar as pessoas e as empresas na detectação e gestão de incidentes cibernéticos. Sem dúvida, é uma ferramenta que terá diversas aplicabilidades. Por outro lado, aumentou de maneira exponencial os riscos, e existe uma grande preocupação em como responder a essas ameaças. Uma das grandes preocupações recentes das fraudes cometidas por IA são os vídeos manipulados, também chamados de deepfakes. Esses são casos de vídeos falsos facilmente produzidos por aplicativos comuns e que possuem alta qualidade, ficando com um resultado bem próximo da realidade. A detecção é bem complexa e algumas vezes apenas especialistas ou pessoas com alguma experiência na área conseguem identificar. Apesar de estar disponível há algum tempo, certamente 2025 foi o ano em que mais se falou do tema, e é só o começo”, alertou o professor.
Flávio Sá detalhou que o Seguro Cyber é também chamado Seguro contra Hackers e que é destinado às empresas de todos os tamanhos e segmentos. O seguro ampara os prejuízos que a empresa pode vir a sofrer por conta da paralisação sofrida decorrente de um ataque cibernético. Entre os prejuízos amparados no seguro estão as despesas para conter o ataque e a perda de receita (ou lucros cessantes) em decorrência da paralisação. “O seguro oferece ainda cobertura para as responsabilidades que a empresa possa vir a sofrer por conta do vazamento de dados de terceiros, como, por exemplo, clientes ou fornecedores, e também responder às obrigações da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), que incluem, inclusive, o pagamento de multas que podem chegar a até R$ 50 milhões”.
Projeção é que IA movimente 15,7 trilhões de dólares em 2030
De acordo com o estudo TCS Global Trend, 85% das empresas do setor afirmam que utilizam a IA de alguma maneira e 100% das entrevistadas revelam que pretendem usar a tecnologia mais ativamente.
A tendência é que a IA esteja cada vez mais presente no cotidiano. Para se ter uma ideia, uma pesquisa feita pela PWC este ano, aponta que o mercado de IA deve contribuir em cerca de 15,7 trilhões de dólares para a economia global em 2030. PWC é uma comunidade de solvers (pessoas movidas por desafios, que se unem de formas inesperadas para criar soluções para novos tempos).
Com isso, o maior beneficiário é o segurado, que passa a contar com uma experiência de serviço melhor, alinhada com suas necessidades, entre as quais a recomendação de produtos específicos, cotação de seguros e emissão de apólices.
Um aspecto, no entanto, está longe de ser um consenso. Embora os benefícios potenciais da IA sejam enormes, as preocupações também são substanciais. Existem receios quanto à discriminação potencial, segurança, privacidade, ética e responsabilização por resultados indesejados. Há preocupações ainda de que a IA usurpará a humanidade e colocará em perigo valores sociais caros.
Entre os riscos oriundos da IA, podemos citar riscos de segurança (intrusão cibernética e não resguardo à privacidade); riscos de controle (incapacidade de controle da IA); riscos sociais (divisão da inteligência, com inequidades entre grupos devido ao diferente nível de acesso aos dados, algoritmos e hardwares capazes de promover a saúde, a prosperidade e a segurança); riscos econômicos (perda de empregos, responsabilização civil e danos à reputação) e riscos éticos (falta de valores e desalinhamento entre valores e objetivos).
Principais motivos para a adoção da IA por seguradoras e corretoras de seguros
Entre os motivos estão a análise detalhada de dados; aprendizado contínuo, acarretando em melhores e mais eficientes decisões para os negócios e importância da IA nos negócios; atenção à segurança e privacidade dos dados; automatização da aprendizagem repetitiva; cotação e emissão de apólices; dados mais confiáveis e eficientes; determinação do preço das apólices; eficiência na avaliação de riscos; gerenciamento de dados; inteligência de produtos; maior agilidade no processamento de sinistros; maior segurança, evitando ataques cibernéticos; maximização de dados; melhoria na experiência dos clientes; precisão inigualável; prevenção de fraudes; redução nos custos operacionais; relacionamento com os clientes; e uso de chatbots para se comunicar com os clientes, respondendo prontamente às dúvidas e reclamações, conforme programação inicial.
Com o advento da inteligência artificial, um dos temas mais discutidos atualmente na questão do seguro é do resguardo da propriedade intelectual. E pensar em uma proteção para propriedade intelectual está diretamente relacionada à questão de patentes.
Inteligência artificial já é usada por 44% dos pequenos negócios no Brasil
O uso da IA está se tornando cada vez mais comum entre pequenos empreendedores, funcionando como um recurso estratégico para agilizar processos e facilitar tarefas diárias. Segundo o estudo Transformação Digital nos Pequenos Negócios 2025, elaborado pelo Sebrae Nacional, 44% dos empresários brasileiros já adotaram algum tipo de IA. A tecnologia é mais frequente entre empresas de pequeno porte (65%) e, em menor proporção, entre microempreendedores individuais (35%).
Para Lyana Munt, analista do Sebrae Alagoas, a IA representa uma ferramenta prática para pequenos negócios. Ela destaca que existem soluções acessíveis que ajudam a economizar tempo, reduzir despesas e apoiar decisões de forma mais segura.

O crescimento da tecnologia é evidente: em apenas um ano, o número de empresas brasileiras com pelo menos um uso de IA saltou de 12% em 2024 para 25% em 2025, conforme a 4ª edição de pesquisa realizada pela Bain & Company. Apesar disso, obstáculos permanecem, como a falta de conhecimento especializado, a integração das ferramentas com sistemas existentes e questões relacionadas a ética e regulamentação.
Lyana Munt recomenda que os empreendedores comecem pelas tarefas mais repetitivas ou que exigem maior esforço, buscando soluções de IA que facilitem essas atividades. Exemplos incluem a elaboração de descrições de produtos, análise de relatórios de vendas e criação de conteúdo para redes sociais. Ela ressalta, porém, que a tecnologia deve ser usada como apoio, e não substituição: é fundamental revisar e adaptar os resultados produzidos pela IA.
OFICINAS PRÁTICAS MOSTRAM COMO APLICAR A IA
O Sebrae Alagoas realizou a oficina Inteligência Artificial para Empreendedoras, em Maceió, com o objetivo de ensinar na prática como a IA pode aumentar a produtividade e a criatividade nos pequenos negócios. Durante o encontro, as participantes conheceram ferramentas úteis e aplicaram os conceitos aos desafios de suas empresas.
Karina Chagas, consultora de alimentos, destacou que o evento ajudou a descobrir novas possibilidades para atender melhor seus clientes. “Aprender sobre essas ferramentas me permite oferecer soluções mais modernas e eficientes para os negócios que apoio”, afirmou.
Concebida Machado, que comanda a Detox da Gabi, empresa de comidas congeladas, também participou. Para ela, a IA é essencial para empreendedores que buscam crescimento estratégico.
Sebrae Alagoas oferece capacitação e soluções digitais para fortalecer pequenos negócios
Nos últimos anos, o Sebrae Alagoas tem desenvolvido uma série de programas voltados a capacitar empreendedores e aproximá-los de seus clientes, incentivando a inovação e a transformação digital nos negócios da região.
Thayná Brito, analista do Sebrae Alagoas, explica que a instituição oferece consultorias gratuitas de uma hora em marketing digital, orientações para criação de sites e perfis em redes sociais, além de cursos e capacitações disponíveis tanto online quanto presencialmente em todas as agências do estado.

“O Sebrae Alagoas disponibiliza diversas soluções para apoiar os empreendedores a fortalecer sua presença digital e impulsionar seus negócios. Temos consultorias de marketing digital, onde os empresários podem esclarecer dúvidas diretamente com especialistas, além de cursos e capacitações em todas as nossas agências”, afirmou Thayná.
Entre os principais programas oferecidos estão o Empretec, Sebraetec e Sebrae na sua Empresa, considerados fundamentais para o desenvolvimento e a sustentabilidade dos pequenos negócios locais.
Empretec: despertando o perfil empreendedor
O Empretec é um seminário intensivo de formação empreendedora, criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e oferecido exclusivamente pelo Sebrae no Brasil. Com carga de 60 horas de atividades práticas fundamentadas cientificamente, o programa permite que os participantes compreendam os comportamentos típicos de empreendedores de sucesso.
Durante seis dias de imersão, os participantes descobrem seu perfil empreendedor, desenvolvem competências essenciais e enfrentam desafios que estimulam a criatividade e a liderança, preparando-os para gerir negócios inovadores e sustentáveis.
Sebraetec: soluções tecnológicas personalizadas
O Sebraetec conecta empresas a uma rede de prestadores de serviços tecnológicos, oferecendo soluções adaptadas às necessidades de cada negócio. O programa pode cobrir até 100% do custo dos serviços, dependendo do caso.
“O Sebraetec auxilia empresas em melhorias de produtos e processos, automação, comércio eletrônico, práticas sustentáveis e licenciamento, entre outros. Essas iniciativas ajudam a reduzir custos e aumentar a produtividade e a qualidade dos produtos e serviços,” destacou Thayná.
O IMPACTO DO SEBRAE
O Sebrae é uma entidade privada voltada ao desenvolvimento e à competitividade de micro e pequenas empresas com faturamento anual de até R$ 4,8 milhões. Presente em todo o Brasil, oferece capacitação, acesso à inovação, orientação financeira e estímulo ao associativismo e à educação empreendedora.
Com presença nas 27 unidades da federação, o Sebrae promove cursos, seminários, consultorias e assistência técnica, além de articular com bancos e instituições de microcrédito soluções financeiras adequadas às necessidades dos pequenos negócios.
Empreendedores interessados podem obter mais informações sobre programas e serviços do Sebrae Alagoas visitando o site oficial da instituição.
TJ/SC mantém indenização de R$ 5 mil a influenciador por suspensão injustificada no TikTok
Em 2024, a 1ª Turma Recursal do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ/SC) decidiu, por unanimidade, que a suspensão injustificada de perfis em redes sociais configura falha na prestação do serviço, especialmente quando a conta é usada para fins lucrativos. A decisão rejeitou o recurso do TikTok e manteve a condenação da empresa a pagar R$ 5 mil por danos morais a um influenciador digital.
O criador de conteúdo, com perfil sobre futebol brasileiro e mundial, mantinha sua conta há três anos, com mais de 213 mil seguidores e 6 milhões de curtidas antes da suspensão, ocorrida no início de 2024. Ele alegou que a suspensão foi arbitrária e tentou resolver administrativamente, sem sucesso, recorrendo à Justiça para reativar a conta e obter indenização. A plataforma reativou o perfil antes do julgamento.
No recurso, o TikTok argumentou que o Código de Defesa do Consumidor (CDC) não se aplicava, que a suspensão foi legítima e pediu redução da indenização. A 1ª Turma Recursal entendeu que o CDC é aplicável à relação entre usuário e plataforma, e que a empresa não comprovou violação dos termos de uso.
O colegiado destacou ainda que o influenciador sofreu abalo emocional significativo e que o valor da indenização foi compatível com os princípios da razoabilidade e proporcionalidade.
Senac, um celeiro de profissionais especializados em segurança digital
Profissional com mais de 20 anos de experiência na área de Tecnologia da Informação, formado em Gestão da Tecnologia da Informação, com sólida atuação como professor de Informática no Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) em Alagoas, Mário Sérgio Fernandes Ribeiro explicou que, na era digital, proteger suas contas nas redes sociais é essencial. Seja para quem trabalha com internet ou apenas usa no dia a dia, os golpes e invasões estão cada vez mais comuns.
Segundo ele, algumas dicas básicas ajudam como usar senhas fortes e diferentes para cada conta. “Nada de 123456 ou nomes de pessoas. Combine letras maiúsculas, minúsculas, números e símbolos. Ativar a autenticação em dois fatores, cria uma camada extra de segurança. Mesmo que alguém descubra sua senha, vai precisar de um código enviado ao seu celular ou e-mail”, afirmou o profissional que, ao longo da carreira, também exerceu funções de gestor de TI em diversas empresas, liderando equipes técnicas, gerenciando infraestrutura, implementando soluções tecnológicas e contribuindo diretamente para a melhoria dos processos organizacionais.
Mário Ribeiro alertou que é preciso desconfiar de links estranhos, mesmo que venham de amigos. “Hackers costumam invadir perfis e mandar mensagens para enganar outras pessoas. Evitar usar Wi-Fi público para acessar redes sociais, bancos ou e-mails. Eles são mais vulneráveis. É preciso também manter os aplicativos atualizados. As atualizações geralmente corrigem falhas de segurança”, listou Mário Ribeiro.
Segundo ele, essas medidas simples podem evitar dores de cabeça e até prejuízos. “No mundo digital, a sua conta é a sua identidade e precisa ser protegida como tal”, frisou.

Na avaliação do especialista, no caso dos influenciadores digitais esse cuidado precisa ser redobrado. Quem trabalha como influenciador, criador de conteúdo ou vende produtos pela internet, detalhou ele, depende diretamente da sua presença online e isso inclui redes sociais, e-mails, sites, aplicativos de pagamento e muito mais.
“Se alguma dessas contas for invadida, além do prejuízo financeiro, a pessoa pode perder seguidores, contratos com marcas e até a credibilidade com o público. Por isso, é fundamental adotar medidas de segurança como senhas fortes, autenticação em dois fatores e desconfiar de links ou mensagens suspeitas”, frisou.
Ainda de acordo com Mário Ribeiro, na prática, quem ganha dinheiro na internet está gerenciando um pequeno negócio digital e, como qualquer empresa, precisa proteger seus canais de trabalho.
“A segurança online não é exagero: é parte do trabalho. De um lado, a IA melhora muito a proteção digital. Hoje, sistemas de segurança usam IA para detectar atividades suspeitas, identificar tentativas de golpe em tempo real e até bloquear acessos estranhos automaticamente. Bancos, redes sociais e e-mails já usam essas tecnologias para proteger os usuários muitas vezes sem que a gente perceba. Mas, por outro lado, os golpistas também estão usando a IA para criar armadilhas mais sofisticadas. Já existem golpes com mensagens muito bem escritas, imitando o jeito de falar de amigos ou familiares, e até vídeos e áudios falsos que parecem reais, os chamados deepfakes. Ou seja, a IA é uma ferramenta poderosa e, como qualquer ferramenta, tudo depende de quem está usando. O melhor caminho é a informação: entender como ela funciona e continuar atento aos riscos”, alertou Mário Sérgio Fernandes Ribeiro.


